GABRIEL BANDEIRA FALA SOBRE RACISMO NA SIGLA LGBT+ EM FALA DE FAMOSOS

Recentemente, o jornalista Gabriel Bandeira, um dos embaixadores do Alguém Avisa publicou em suas redes um texto falando sobre racismo na sigla LGBT+, especificamente falando sobre o caso Gustavo Rocha e Matheus Mazzafera.

Em seu Instagram, Gabriel coloca: “Segundo Grada Kilomba, essa percepção que o Matheus Mazzafera e o Gustavo Rocha tem de “malocas” contribui na construção da imagem do branco racional, civilizado e pacífico num rolê chamado Outridade. Esse processo é basicamente a personificação dos aspectos de agressividade e violência reprimidos na sociedade branca. Ou seja, o branco escapa da sua própria história de opressão e se constroi como decente, enquanto imagina os Outros como agressivos e selvagens. E, sim, isso aparece na fetichização dos corpos negros dentro do meio LGBT+.

As imagens do negão, da mulata e do cafuçu são constantemente evocadas em diálogos de brancos com pessoas pretas. Duvidou? Basta dar uma olhada no perfil @racismo_no_grindr. Para quem acha que é questão de gosto, é importante ressaltar que gostos são construídos. E esses estereotipos de corpos pretos partem de um passado extremamente violento, onde negros e negras eram explorados e tratados como objetos sexuais.

CONFIRA TRECHO DO VÍDEO MENCIONADO POR GABRIEL:

Quando Mazzafera e Gustavo Rocha falam do “maloca”, do tipo Don Juan, Kevinho, etc, trazem também o estereotipo do favelado, do periférico, do ameaçador, do criminoso. Logo, de uma pessoa negra. Afinal, quando são trazidas essas características, é bem difícil pensar numa pessoa branca, né não? Isso é o imaginário racista. Bom, a ideia desse post é só ser um comentário e casar com uma relação que eu tive sobre esse caso. Não dá para a gente ficar achando que tudo é gosto e ficar por aí. Quando se diz que “malocas” são para pegar, eles estão reproduzindo a mesma dinâmica do processo escravagista, dos senhores de engenho que usavam os corpos negros para seu prazer, mas nunca para o afeto.

Sim, existe racismo dentro do meio LGBT+. Pautar isso dentro e a partir desses espaços não é criar cisão entre lutas e movimentos, mas sim reconhecer os nossos papeis dentro desses sistemas de opressão, a fim de deixar o rolê melhor pra todo mundo. Até porque ninguém é obrigado a aguentar racista, seja gay ou não”.

Para seguir conferindo pautas como essa acompanhe o Gabriel no Instagram:

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