CANTORA E ATRIZ TRANS, MARINA MATHEY LANÇA CLIPE ‘MONSTRO’ EM OUTUBRO

Foto: Felipe Avila

Trabalhando na criação e produção do seu primeiro Álbum Visual, previsto para lançamento em 2021, a atriz, cantora e diretora, Marina Mathey lança o clipe Monstro dia 30 de outubro em seu Canal do YouTube e o single nas principais plataformas digitais (Spotify, Deezer, Apple Music, YouTube, entre outras).

Com clipe inspirado na Tropicália e no Modernismo brasileiro, a música é parte do show TRAVA, que estreou em 2018 no RISCO Festival, onde investiga os afetos e desafetos direcionados às corpas transvestigêneres por parte da cisgeneridade, o tesão e a pulsão de morte presente no cotidiano de uma travesti. 

Para Marina, Monstro é um experimento suculento. “Sempre fui uma pessoa muito questionadora de mim mesma e da sociedade, e com essa música e clipe sinto que consegui expressar um pouco do que penso sobre os afetos que vivemos ou podemos viver consigo e com os outros. Também um desafio, pois além de atuar no clipe assino o roteiro e a direção.” 

O single é de composição da atriz e escritora Letícia Bassit e conta com produção musical de Amanda Magalhães e Ed Woiski. Performática, Marina assina a direção e o roteiro desta produção independente, explorando as contradições entre a dependência afetiva dos seres humanos, a busca pelo encontro do outro e a descoberta do amor próprio, temas tão essenciais em tempos de pandemia.

“Meu encontro tanto com Letícia Bassit quanto com a Amanda Magalhães se deu na Escola de Arte Dramática, na USP. É um encontro de muitas mãos esse trabalho. Fico muito feliz da Amanda ter topado essa aventura de produzir o single, porque além de amigas e de já termos trabalhado juntas na série 3% (Netflix), para mim esse foi um encontro de duas potências de revolução, uma trans e a outra preta.”

Em 2019, a artista circulou com o show TRAVA por espaços como o Teatro Oficina (Chama Festival), Teatro Sérgio Cardoso, Viga Espaço Cênico, Centro Cultural do Grajaú, entre outros – também por outras cidades do país, como Porto Seguro e Ilha de Boipeba, na Bahia, com produção da Corpo Rastreado. Ainda em 2019, lança seu primeiro single e videoclipe XV.

Cantora e atriz desde criança, Marina, que também é compositora, dançarina, diretora de cinema, curadora e produtora cultural pesquisa a intersecção das linguagens da dança, da música, do audiovisual e do teatro desenvolvendo projetos, ações e discussões em torno dos direitos e visibilidade de pessoas trans na sociedade.

“Não dá mais para vendermos uma imagem do Brasil como paraíso tropical abençoado por Deus – nunca deu na verdade. Vivemos uma desigualdade social gritante, uma violência brutal e constante, sem contar no desmatamento desenfreado das nossas vegetações. O tropicalismo agora é uma grande composteira, uma composTRAVA, que vem para se decompor com esses restos todos e transformar em adubo para o renovo, em potência de vida.”

“Vejo o lançamento desse clipe também como uma possibilidade de alcançar outros públicos com o meu trabalho. Muitos já conhecem a Marina atriz de 3%, agora quero que conheçam também meu trabalho autoral, minhas inquietações enquanto artista criadora”, conclui a artista.

Marina Mathey iniciou seus estudos no teatro no ano de 2006 em Americana/SP. Em 2010 se muda para a capital paulista, onde já havia iniciado seu trabalho enquanto atriz no Studio Beto Silveira (futuro Carpintaria do Ator). Em 2012 ingressa na Escola de Arte Dramática da USP. Atuou em diversos espetáculos teatrais na capital paulista, fundou, em 2016, o Coletivo Transviadas Libertárias, dirigindo a pesquisa e realização de performances urbanas que discutiam a presença/ausência de corpas ditas dissidentes sexuais e de gênero em espaços públicos e suas implicações nos mesmos. Desde 2019 Marina dirige um projeto cinematográfico em parceria com a Casa Chama a partir do conto Uma Paixão no Deserto, de Honoré de Balzac, junta de uma equipe composta 90% por pessoas trans. 

Em 2020 passa a integrar a MARSHA!, coletividade artístico-cultural em homenagem à ativista trans negra Marsha P. Johnson, trabalhando como produtora cultural e participando da realização do primeiro festival online LGBT MARSHA! Entra na Sala. Desde 2016 tem se inserido cada vez mais como atriz no cinema brasileiro, atuando em longas-metragens e séries de grande impacto na indústria como 3% da Netflix e Todxs Nós da HBO. Em 2020 realizou junto da dramaturga e diretora Ave Terrena a Oficina de Afetos #sequercombina dentro da Encontra de Pedagogias da Teatra, com curadoria de Dodi Leal, na programação da 7ª Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp).

O Lançamento é dia 30 de outubro através das mídias sociais Spotify, Deezer, Apple Music, YouTube, entre outras.

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