BRUNA CARVALHO FALA SOBRE AUTO ÓDIO E ESTEREÓTIPOS DA MULHER LÉSBICA

Bruna Carvalho é técnica em enfermagem e produtora de conteúdo. Em seu Instagram fala sobre negritude, visibilidade lésbica e outros conteúdos muito importantes. No mês de agosto, que celebra a visibilidade lésbica, ela tem feito uma série de postagens sobre o assunto, um deles é sobre a influência dos filmes e séries no modo como acabamos idealizando os corpos a partir de uma colonialidade padronizada. Confira o texto abaixo e segue a Bruna para conferir mais textos como esse:

“A gente já ta cansada de falar sobre a importância de tantos padrões de comportamento continuarem existindo mas ainda sim, precisamos mover gestos e estruturas para falar. A colonialidade influenciou e ainda influência diretamente em padrões que até hoje, ainda são impostos socialmente por estereótipos que são marcadores e é sabido que para as mulheres lésbicas

isso também existe. Lá em meados de 2014/15 eu estava percebendo a minha sexualidade e obviamente que a primeira série que vi com protagonismo lésbico, eu me atirei (The L Word) e lá estava a SHANE (AI MEU DEUSSSSSS A SHANE) hoje eu me pergunto o que o cinema faz com a
nossa cabeça. Sai na sociedade atrás de “SHANES”, mas me deparei com um mundo aonde EU não era atraente mas, tudo bem, afinal eram Shanes, né? Bom, nesses reflexos eu tinha dificuldade de olhar para mulheres negras porque as influências da colonialidade de AUTO ÓDIO não permitia que eu amasse mulheres como eu.

Eu quero te fazer uma pergunta, quantas vezes você tentou se embranquecer? Seja em traços – cabelo, roupa, estilo musical-, seja em atitudes – falar “adequadamente”, andar com pessoas brancas apenas-, seja em vestimenta – A MODA AI MEU DEUS-, enfim são “N” maneiras de se embranquecer. Esses são os MENORES reflexos da colonialidade. O auto ódio traz a falta de aprendizado sobre afeto e é por isso, que muitas de nós, mulheres negras, nos sujeitamos a relacionamentos que não nos valorizem de fato, não nos acendam de fato e assim sucessivamente. Vale salientar, que mulheres ZAMIS também passam por esses processos e que para que possamos buscar a “VISIBILIDADE” do mês de agosto, devemos aprender a quebrar os padrões de “beleza”, afinal que beleza é essa?

A beleza branca? Te questiono, quantas mulheres negras e lésbicas você amou? E aqui vale, retira a fetichização imposta aos corpos negros, te
convido a pensar sobre intelecto, sobre inteligencia, sobre o cuidado que esse mulher lésbica tem, fora todas os reflexos de ser uma mulher negra você amou? Quantas mulheres lésbicas e negras você assumiu?
#visibilidadelesbica #lesbicas #negritude #zami

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