ESPECIAL MÊS DO ORGULHO ALGUÉM AVISA, COM: GABRIEL BANDEIRA

Em Junho ao redor do mundo todo é celebrado o mês do orgulho LGBT. A data se tornou representativa após o início dos movimentos iniciados em Nova Iorque. O mês faz referência à revolta de Stonewall, ocorrida em 28 de junho de 1969, quando um grupo de LGBT’s resolveu enfrentar a frequente violência policial sofrida pelos homossexuais. Por isso, neste mês tão importante reunimos algumas entrevistas de pessoas que fazem parte da comunidade, para falarem sobre a data.

Nosso entrevistado hoje é: Gabriel Bandeira. 22 anos. Gay negro. Antirracista. Comunicador, estudante de Jornalismo, amante de Fotografia e Produtor de Conteúdo. Lutador de Pro-Wrestling. Goleiro e Coordenador de Mídia do Ximangos Esporte Clube, equipe poliesportiva LGBT+ de Porto Alegre.

Confira abaixo a entrevista:

1 – O que é orgulho LGBT para você?

Orgulho LGBT+ é luta! É celebrar a nossa existência e as nossas vitórias, mas também saber que ainda tem muita coisa para ser conquistada, que não dá para se conformar com o que temos, pois podemos muito mais. Orgulho LGBT+ é conhecer quem veio antes e trabalhar para pavimentar o caminho de quem virá depois.

2 – O que você diria para quem nesse momento está em uma situação de medo?

Que realmente não é fácil passar por todos esses ataques à nossa existência, ainda mais quando o preconceito e a intolerância são motes de um Governo que nos persegue. Porém, esse medo tem que ser transformado em luta, onde quer que você esteja. Seja nas ruas, seja na sua comunidade ou seja nas suas redes sociais. Talvez a gente não consiga abraçar e mudar tudo de uma vez só, mas conscientizando as pessoas que estão a nossa volta, já é um passo super importante. Lembre-se: a melhor forma de combater o medo é a informação.

3 – O que você deseja para 2020 e o que acha ser necessário fazer para que isso aconteça?

Primeiramente pedir saúde para os nossos e que a gente termine esse ano com esperança no futuro. Acho que a melhor maneira de alcançar isso é se cuidando e, consequentemente, cuidando dos outros. 2020 está sendo um ano super atípico, mas tudo isso uma hora vai passar. Agora, temos que trabalhar para estarmos aqui e para que nossas vozes sejam ouvidas.

4 – O que não podemos mais tolerar?

Não podemos mais tolerar preconceito entre os nossos. Não podemos aceitar objetificação de corpos negros, nem aceitar que nos espaços LGBT+ não tenham pessoas negras. Se somos um coletivo de diversidade, temos que exigir essa diversidade. Não é tolerável que num país de maioria negra, a gente ainda encontre uma comunidade tão branca e normativa, que esteja tão confortável na sua posição de poder que não consiga dar espaços para LGBT+ negras falarem sobre suas vivências e contribuírem dentro do meio.

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