ESPECIAL MÊS DO ORGULHO ALGUÉM AVISA, COM: CARINA HENZEL

Em Junho ao redor do mundo todo é celebrado o mês do orgulho LGBT. A data se tornou representativa após o início dos movimentos iniciados em Nova Iorque. O mês faz referência à revolta de Stonewall, ocorrida em 28 de junho de 1969, quando um grupo de LGBT’s resolveu enfrentar a frequente violência policial sofrida pelos homossexuais. Por isso, neste mês tão importante reunimos algumas entrevistas de pessoas que fazem parte da comunidade, para falarem sobre a data.

Nossa entrevistada hoje é:  Carina Henzel, 34 anos, mulher cis, lésbica e judia. Gaúcha que foi acolhida por São Paulo há quase uma década. Sou professora e faço parte do MTST. Mãe solo por adoção, militante LGBT e voluntária. Nas horas vagas eu leio, escrevo, jogo tênis, nado, bordo e jogo The Sims.  Confira abaixo a entrevista:

1 – O que é orgulho LGBT para você?

Orgulho LGBT é orgulho de ser exatamente quem somos na nossa mais verdadeira essência. Orgulho LGBT é ter orgulho de todas e todos que lutaram antes de nós, para que hoje em dia possamos ser um pouco mais livres. Orgulho LGBT é orgulho de poder viver a nossa experiência humana do jeito que somos. Orgulho LGBT é saber que já lutamos muito, que seguimos lutando e que ainda temos muita luta pela frente para que possamos não apenas sobreviver, mas viver de forma plena como merecemos. Orgulho LGBT é abrir caminhos para um futuro mais igualitário. 

2 – O que você diria para quem nesse momento está em uma situação de medo?

Em primeiro lugar eu diria que valido o medo dessa pessoa. O mundo é cruel e é especialmente assustador para a comunidade LGBT. Acho difícil encarar e superar o medo sozinha/o. Eu diria que encontre em outro/a ser humano uma espécie de porto seguro que possa ouvir, orientar e ajudar. Sei que nossa força está dentro de nós, mas amigues e familiares, mesmo que sejam poucos, podem nos ajudar a encontrar nossa força interior e fazer toda a diferença em momentos difíceis.

3 – O que você deseja para 2020 e o que acha ser necessário fazer para que isso aconteça?

Meu maior desejo é a quebra do silêncio e da “neutralidade” que ainda são tão presentes e tão perigosos. Precisamos educar, informar, politizar e conscientizar o tempo todo. Toda a hora é hora de quebrarmos tabus e preconceitos e ajudarmos as pessoas a entender quem somos – não “o que somos” – e qual é a nossa luta. Não é chatice, é necessário e urgente. “A militância não dorme” é real.

4 – O que não podemos mais tolerar?

Racistas, machistas, fascistas, homofóbicos, transfóbicos e coniventes com qualquer tipo de preconceito e discurso de ódio: não passarão!

5 – Quem é a sua maior referência no mundo LGBT?

Marielle Franco.

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