ESPECIAL MÊS DO ORGULHO ALGUÉM AVISA, COM: KADY PEREIRA

Em Junho ao redor do mundo todo é celebrado o mês do orgulho LGBT. A data se tornou representativa após o início dos movimentos iniciados em Nova Iorque. O mês faz referência à revolta de Stonewall, ocorrida em 28 de junho de 1969, quando um grupo de LGBT’s resolveu enfrentar a frequente violência policial sofrida pelos homossexuais. Por isso, neste mês tão importante reunimos algumas entrevistas de pessoas que fazem parte da comunidade, para falarem sobre a data.

Nossa entrevistada hoje é: Kady Pereira, 35 anos, sapatão, aquariana, estudante da área odontológica, DJ do Festival da Mulher Cervejeira, das festas Baile da Afrodite, Flutua e da 23º Parada Livre de Porto Alegre. Filha de Xangô e Oxum. Confira abaixo a entrevista:

1 – O que é Orgulho LGBT pra você?

Saber e reconhecer quem no passado lutou para que pudéssemos hoje estarmos aqui falando sobre nossa sexualidade. Lembrar sempre que ser LGBTQ+ é ser inquieto e enxergar que enquanto houver uma das nossas sendo oprimida, nossa liberdade não é completa. Orgulho LGBTQ+ é saber lutar não só por si, mas por todas. 

2 – O que você diria para quem está vivendo uma situação de medo?

Ser LGBTQ+ é ter o medo como seu companheiro diário, para uns mais, para outros menos e estamos vivendo tempos difíceis, sombrios que só potencializam esse sentimento. Então tente se manter forte, próxima mesmo que virtualmente de quem você ama e traz conforto pro seu coração. Fale sobre suas angústias e não se cale se essa não for sua vontade, mas principalmente tente não se cobrar tanto. Tá tudo bem em não estar bem!  

3 – O que você deseja para 2020 e o que acha ser necessário fazer para que isso aconteça?

Que possamos sair dele o mais saudáveis possível, com nossa saúde mental reestruturada, com uma nova visão de valores, com mais força do que nunca para lutarmos por nosso espaço e cobrar essa conta com juros. Para isso precisamos nos unir e enxergar para além da nossa bolha, dar espaço para quem não tem e escutar mais. 

4 – O que não podemos mais tolerar? 

O apagamento convencional de algumas letras na nossa sigla. Não se pode mais tolerar o preconceito e exclusão dentro do nosso movimento e achar que quando se fala em luta LGBTQ+, estamos nos referindo apenas à homens, brancos, cis que se encaixam em um padrão físico e econômico. Somos muito mais que isso, somos diversas e isso precisa ser exaltado urgentemente. 

5 – Quem é sua maior referência LGBT? 

Tenho várias, mas vou citar as principais que acompanho: Vitória de Oliveira, Valéria Barcelos, Erica Malunguinho, Eloá Coelho, Nátaly Neri, Be Smidt, Jonas Maria, Bia Ferreira, Gieri Alves e também todos meus amigues LGBTQ+ que lutam pelo seu espaço e reconhecimento todos os dias. 

Confira bate-papo sobre Visibilidade Lésbica com Kady Pereira:

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