ESPECIAL MÊS DO ORGULHO ALGUÉM AVISA, COM: NATÁLIA LESCANO

Em Junho ao redor do mundo todo é celebrado o mês do orgulho LGBT. A data se tornou representativa após o início dos movimentos iniciados em Nova Iorque. O mês faz referência à revolta de Stonewall, ocorrida em 28 de junho de 1969, quando um grupo de LGBT’s resolveu enfrentar a frequente violência policial sofrida pelos homossexuais. Por isso, neste mês tão importante reunimos algumas entrevistas de pessoas que fazem parte da comunidade, para falarem sobre a data.

Nossa entrevistada hoje é: Natália Lescano, 35 anos, geminiana, bissexual, psicóloga, especialista em terapia de família e casal, bruxa e aprendiz eterna da mágica que é a Astrologia. Confira abaixo a entrevista:

1 – O que é orgulho LGBT para você?

Orgulho LGBT para mim é poder ser exatamente quem se é. Saber que eu não estou perdida. Que mesmo depois de anos tentando definir uma coisa OU outra, eu posso ser uma coisa E outra. Poder transitar em qualquer meio sendo feliz por poder assumir quem sou!

2 – O que você diria para quem nesse momento está em uma situação de medo?

Se antes esse medo já existia, sinto que nesse momento ele se agrava, dada nossa atual situação. O medo não pode vencer. Se una com aqueles que te amam, te aceitam, e acreditam em ti. Se encha de amor e de força daqueles que estão ao teu lado. Se cuidem e se mantenham fortes! Você não está só! 

3 – O que você deseja para 2020 e o que acha ser necessário para que isso aconteça?

Nesse momento só consigo desejar vida! Que a gente consiga manter nossa saúde física e nossa sanidade mental. É um ano que está nos trazendo situações que nunca vivemos antes e precisamos ter cuidado. Não só pela gente, mas pelo coletivo. São tempos difíceis e precisamos sobreviver a eles.

5 – O que não podemos mais tolerar?

Falo especificamente da sigla B, da qual eu faço parte. Nós bissexuais somos praticamente invisibilizados, dentro e fora da comunidade. Por muito tempo, tive vergonha de falar o que eu sentia. Por muito tempo saí de um armário pra entrar em outro. Bissexuais existem sim e fazemos parte de uma das letras dessa sigla. Respeito e amo cada uma dessas letras, mas chega de invisibilizar outras né? Fora da comunidade somos vistos como fetiche (principalmente nós, mulheres, bi) ou não seguimos as “normas” do mundo hétero, e dentro da comunidade, muitas vezes, só somos tolerados e aceitos quando conseguem nos definir como lésbicas ou gays. É clichê o que eu vou dizer agora mas, unidos somos mais fortes!

5 – Quem é sua maior referência no mundo LGBT?

Eu citarei um grande nome que iniciou a luta, mulher trans, negra, bissexual, Marsha P. Johson. Pra mim, ela é o começo de tudo e sempre será lembrada. E minhas outras grandes referências são amigas, amigos, amigues que todos os dias me inspiram, dão a cara a tapa nessa sociedade doente e preconceituosa que vivemos e colorem meus dias com todo o colorido que tem em suas almas!

Confira o bate papo de Nati Lescano com o Alguém Avisa:

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