CASAL TRANS ANUNCIA A CHEGADA DO PRIMEIRO FILHO

O casal formado por Hannah e Jake Graf, uma mulher trans e um homem trans respectivamente, anunciou ao jornal britânico Mail Online que está esperando seu primeiro bebê. O par que ganhou fama na mídia no ano passado ao anunciar seu relacionamento heterossexual formado por um homem trans e uma mulher trans, já tinha falado sobre o sonho de aumentar a família que agora se concretizou.

Ativistas LGBTs, ambos se conheceram e logo se apaixonaram em 2015. Jake, 41 anos, ator e diretor falou sobre como está “animado” com a ideia de ser pai: “Eu amo bebês”. “Depois de uma semana do nosso primeiro encontro, Jake já estava perguntando se eu queria filhos”, revelou Hannah ao jornal. “E acho que ele não teria levado nosso relacionamento adiante se eu dissesse que não queria”.

Jake contou que começou sua transição e terapia hormonal aos 20 e poucos anos, mas parou temporariamente o processo para congelar seus óvulos por volta dos 30 anos de idade para o caso de querer ter filhos um dia. “Eu aplico testosterona há seis anos e fiquei muito feliz de poder ser pai continuando vivendo como vivo”, disse Jake, “Eu não queria perder as crianças e só havia uma maneira de ter certeza de ser pai. Era congelando meus óvulos. Então, parei de tomar testosterona por seis meses e fui a uma conhecida clínica de fertilidade de Londres”, contou.

Ao atender um casal que era um caso novo para a medicina, os médicos foram bastante honestos: “Eles disseram que não tinham estatísticas para mostrar quão bem-sucedida ou provável seria a gestação. Nunca haviam feito nada parecido antes!”, contou Hannah. Assim, o embrião foi gerado através de fertilização in-vitro com material genético de ambos – espermatozoide da mãe e óvulo do pai – mas será carregado por uma barriga de aluguel.

A família e os amigos do casal foram inteiramente solidários e amorosos à ideia, mas é claro que eles também receberam comentários transfóbicos principalmente após tornar sua história pública. “Recebemos uma mensagem muito perturbadora de uma antiga colega de escola que eu não via há 20 anos e dizia que achava que estávamos totalmente errados por formarmos uma família deste modo”, disse Jake.

Hannah acrescentou: “O problema é que as pessoas têm opiniões e achismos fortes sobre barriga de aluguel, sobre pessoas transgêneros, sem ter o cuidado de entender, conviver e estudar o assunto”. Jake ainda comentou: “Ouvimos até pessoas dizerem que queremos criar um bebê trans! Por que diabos escolheríamos isso para o nosso filho? Sabemos o quão difícil é ser trans e esta nem teria como ser uma decisão nossa!”.

“Algumas pessoas veem isso como uma ideologia que estamos tentando forçar os outros, mas nada poderia estar mais longe da verdade”, falou Hannah. E concluiu: “Estamos apenas sendo a versão mais feliz de nós mesmos que podemos ser. E também queremos apoiar e inspirar outras pessoas trans.” Já quanto ao rosa ou azul? “Se nossa garotinha gosta de rosa, ela vai ter rosa”, disse Jake. Mas garantiu: “Mas se ela preferir azul, tudo bem também.”

Sobre serem da orientação sexual hetero e com uma identidade de gênero oposta ao sexo biológico, ambos contam que pelos dois serem trans, tudo acabou sendo mais fácil. “Nos compreendemos entre nós facilmente. Entendemos o que é ter uma identidade de gênero diferente de seu sexo biológico e isso nos poupou em muito no relacionamento. Inclusive em momentos em que lidamos com questões específicas como uma eventual disforia, por exemplo. Conseguimos lidar um com outro muito melhor por termos tanto em comum. Temos a sorte de sermos ambos trans e termos nos apaixonado!”, disse Hannah.

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