CINE ESQUEMA NOVO TRAZ SILVERO PEREIRA PARA SEMINÁRIO SOBRE CORPOS NO CINEMA

O Cine Esquema Novo – Arte Audiovisual Brasileira 2019 promoverá durante a semana de realização do festival o Seminário Pensar a Imagem. A proposta do evento é abordar especificidades teóricas, técnicas, conceituais, narrativas e de circulação associadas à produção autoral e experimental de imagens no século 21.

Serão quatro mesas que têm como tema transversal as implicações entre estética e política no cinema contemporâneo e nas artes. Considera-se que, no caso das linguagens artísticas, a política se dá não apenas com a produção de representações que evoquem questões macropolíticas de forma mais evidente, mas especialmente por meio da experimentação formal e da possibilidade de emergência de poéticas, corpos e discursos dissidentes.

O evento foi criado a partir de uma livre associação com o Think: Film International Experimental Cinema Congress, parte do Festival de Cinema de Berlim e organizado pelo Arsenal – Institut für Film und Videokunst e.V.. A produção e a curadoria do Seminário são da pesquisadora e professora universitária Gabriela Almeida.

Convidados

Ali Do Espírito Santo, artista, ensaísta e pesquisador;
Angelika Ramlow, gerente de projetos do Arsenal Distribution/Alemanha;
Bernard Payen, programador da Cinemateca Francesa;
Dieison Marconi, pesquisador da estética queer no cinema brasileiro contemporâneo;
Izis Abreu, curadora no MARGS;
Juliana Costa, cocriadora do cineclube Academia das Musas;
Paulo de Carvalho, curador do Cinelatino para a Alemanha;
Silvero Pereira, ator de Bacurau.

Vagas: 130

Idioma: os palestrantes internacionais farão suas apresentações em inglês, sem tradução simultânea.

Inscrições: R$ 20,00 para cada mesa ou R$ 50,00 para todos os dias: http://bit.ly/PensarAImagem

:: PROGRAMAÇÃO ::

21/11, 10h
Mesa 1: Estética e política no cinema contemporâneo

O cinema contemporâneo é marcado por uma multiplicidade de sujeitos, muitos deles ligados a dissidências ou grupos minoritários, realizadores de filmes que rasuram imaginários cristalizados socialmente e produzem rupturas de paisagens hegemônicas, especialmente no que diz respeito às políticas do corpo e às relações entre poder e produção de subjetividades. A mesa de abertura do seminário trará um panorama de certo cinema contemporâneo para o qual a política não está dissociada da estética, nos contextos brasileiro e francês.

Participantes:
Bernard Payen (programador da Cinemateca Francesa)

Dieison Marconi (pesquisador, desenvolve investigação sobre a estética queer no cinema brasileiro contemporâneo no doutorado em Comunicação na UFRGS)

22/11, 10h
Mesa 2: Estética e política nas artes

O campo das artes visuais e suas instituições – como museus, galerias e acervos – têm sido tensionados no sentido de se repensar enquanto lugares de poder historicamente constituídos. Esses lugares vêm sendo disputados, no presente, por uma multiplicidade de sujeitos que buscam não apenas representatividade, mas principalmente o reconhecimento da legitimidade dos seus saberes, práticas e formas de vida. O objetivo da mesa é colocar em discussão, a partir de experiências bastante distintas de mulheres que atuam em espaços institucionalizados das artes, a urgência de viabilizar esse reconhecimento por meio de ações de curadoria, constituição de acervos, preservação e distribuição.

Participantes:
Angelika Ramlow (gerente de projetos do Arsenal Distribution, braço do Arsenal Institut für Film und Videokunst, na Alemanha)

Izis Abreu (curadora no MARGS e pesquisadora de questões étnico-raciais na história da arte no Rio Grande do Sul)

23/11, 10h
Mesa 3: Corpos em cena no cinema e nas artes visuais no Brasil

Pensar as implicações entre estética e política passa necessariamente pelo debate sobre as imagens e as políticas do corpo – gênero, raça e etnia, orientação sexual e classe. O objetivo da mesa é suscitar um debate sobre os corpos em cena no cinema e nas artes visuais do Brasil, orientado por questões como: que corpos podem estar em cena? Que espaços existem para corpos não normativos? Como os corpos de pessoas negras, mulheres, pessoas LGBT e/ou pobres são representados nas imagens? Quem produz essas representações e que esforços têm sido feitos em busca de representações contra-hegemônicas?

Participantes:
Ali Do Espirito Santo (artista, ensaísta e pesquisador, desenvolve pesquisa de mestrado em Psicologia Social na UFRGS)

Silvero Pereira (ator, dramaturgo e diretor, fundador do Coletivo As Travestidas)

24/11, 10h
Mesa 4: As cinematografias emergentes na perspectiva da crítica e da programação

A mesa tem como proposta discutir as chamadas cinematografias emergentes a partir dos olhares da crítica e da distribuição desse cinema nos mercados internacionais. De um lado, temos a consolidação de espaços para o exercício da crítica cinematográfica fora da imprensa tradicional e a ampliação do acesso a filmes de difícil circulação comercial, o que potencialmente confere maior possibilidade de ação à atividade crítica. De outro, temos a ampliação da circulação do cinema produzido no sul global em espaços hegemônicos – sejam eles os festivais europeus e norte-americanos ou o circuito comercial desses locais. Esse cenário levanta inúmeras questões relativas à visibilidade das cinematografias emergentes e suas complexas relações com as instâncias de consagração e reconhecimento do cinema.

Participantes:
Juliana Costa (integrante da Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul, pesquisadora e criadora do cineclube Academia das Musas)

Paulo de Carvalho (produtor e programador na Autentika Films e diretor artístico do Festival CINELATINO, na Alemanha)

:: CURADORIA E PRODUÇÃO ::

Gabriela Almeida integra a diretoria da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (Socine), na gestão 2019-2021, e coordena do Grupo de Pesquisa Estéticas, Políticas do Corpo e Gêneros na Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom). Integra também a Latin American Studies Association (LASA) e rede de pesquisadores e artistas Radical Film Network (RFN). É doutora em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com estágio doutoral na Universitat Autònoma de Barcelona (UAB). Atualmente é professora da Faculdade de Comunicação Social da UniRitter, em Porto Alegre, onde coordena o curso de Jornalismo. É autora do livro “O ensaio fílmico ou o cinema à deriva” (Ed. Alameda, 2018) e co-organizadora da coletânea “Comunicação, estética e política: epistemologias, problemas e pesquisas” (Ed. Appris, 2019).

:: SOBRE OS CONVIDADOS ::

Ali do Espírito Santo é artista, ensaísta e pesquisador. Nasceu em Cuiabá-MT e atualmente trabalha e estuda em Porto Alegre. Graduado em Artes Visuais e mestrando em Psicologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Nos últimos anos seu trabalho artístico tem abordado temas como as dissidências sexuais, as ficções do Antropoceno e o cancelamento dos futuros. Ali do Espírito Santo usa a fotografia e a performance como linguagem de criação e ação.

Angelika Ramlow é gerente de projetos do Arsenal Distribution, com foco em cinema experimental, vídeo e instalações. Integra o Forum Expanded Team, do Festival de Berlim, e vem participando de programas curatoriais e ministrando conferências em eventos e instituições como Arsenal – Institute for Film and Video Art (Berlim, Alemanha), Kurzfilmtage Oberhausen (Alemanha), IFF Rotterdam (Holanda), Kansk Filmfestival (Rússia), The 4-VIDEOFORMA Festival in St. Petersburg (Rússia) e Dokfest Kassel (Alemanha).

Bernard Payen é programador da Cinemateca Francesa de Paris. Foi curador e coordenador da comissão de curtas metragens da Semana da Crítica do Festival de Cannes entre 2005 e 2013. Como realizador, dirigiu os curtas Reminiscence (2006), Portrait of the french filmmaker Damien Odoul (2009) e Mister H (2014, gravado no Brasil).

Dieison Marconi é doutorando no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com período de doutoramento realizado na Universidade Complutense de Madrid, na Espanha (UCM), junto ao Grupo de Pesquisa em Gênero, Estética e Cultura Audiovisual (GECA -UCM). É mestre em Comunicação e Bacharel em Comunicação Social (Jornalismo) pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). É pesquisador e atua na interseção entre o cinema e os estudos de gênero. Suas pesquisas envolvem especialmente os seguintes temas: estética e política no audiovisual; estudos da performance e da performatividade; cinema brasileiro e cinema queer.

Izis Abreu é mestranda em História, Teoria e Crítica de arte pelo Programa de Pós Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Bacharela em História da Arte também pela UFRGS. É curadora no Museu de Arte do Rio Grande do Sul – Ado Malagoli, onde também integra o Conselho curatorial. Pesquisa a representação de sujeitos negros na história da arte do Rio Grande do Sul e realiza palestras utilizando as artes visuais como perspectiva de educação antirracista.

Juliana Costa é mestre em Educação, com pesquisa em cinema e educação e membro fundadora do Cineclube Academia das Musas, dedicado a estudar e difundir a cinematografia de diretoras mulheres. Editora do fanzine de crítica de cinema Zinematógrafo e membro da Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Publicou textos nas revistas Filme e Cultura, Teorema e na revista belga Filmaggie. Curadora da mostra “O Feminismo e a Vanguarda de Helke Sander”, realizada pelo Instituto Goethe.

Paulo de Carvalho é produtor e programador. É diretor artístico do Festival CINELATINO, na Alemanha e foi delegado para filmes latinoamericanos para a Quinzaine dos Realizadores de Cannes, DokLeipzig e Festival de Locarno. Com a produtora Autentika Films (Berlim), tem realizado diversas coproduções com países latinoamericanos, a exemplo dos filmes “O Processo” de Maria Augusta Ramos (Brasil, 2018), “Breve História del Planeta Verde”, de Santiago Loza (Argentina, 2019), “Querência” de Helvécio Marins Jr. (Brasil, 2019) e “Vendrá la muerte y tendrá tus ojos”, de José Luis Torres Leiva (Chile, 2019). Participa como líder do Núcleo Creativo da produtora Filmes de Abril (São Paulo). Desde 2010 participa da organização do Encontro Internacional de Coprodução Brasil CineMundi em Belo Horizonte.

Silvero Pereira é ator, dramaturgo e diretor. Fundador do Coletivo As Travestidas (Fortaleza-CE). Atuou em mais de 30 peças de teatro e circulou por quase todo o território brasileiro com os espetáculos, bem como pelos Estados Unidos e pela Alemanha. Na TV, atuou em produções da Rede Globo, como a novela A Força do Querer.. No cinema, atuou em filmes como “Serra Pelada” (Heitor Dhalia, 2012), “No Fim de Tudo” (Victor Ciríaco, RN), “As Bodas do Diabo” (Ivan Ribeiro, SP) e “Mar de Zila” (RN). Recentemente participou do filme “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles.

:: SOBRE O CINE ESQUEMA NOVO 2019 ::
Realizado com recursos do edital SAV/MINC/FSA nº 11, 2018, o Cine Esquema Novo 2019 é uma Realização de: Ministério da Cidadania – Secretaria Especial da Cultura; Correalização do Goethe-Institut Porto Alegre; Apoio Institucional de Ministério das Relações Exteriores, Embaixada da França no Brasil e RS Criativo; Apoio de Prefeitura Municipal de Porto Alegre e Secretaria Municipal da Cultura através da Coordenação de Cinema e Audiovisual/Cinemateca Capitolio Petrobras, Prime Box Brazil e Traduzca; e Apoio Premiação de Locall, KF Studios, Tecna – Centro Tecnológico Audiovisual do RS e Fluxo – Escola de Fotografia e Cinema.

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