VITOR NECCHI FALA SOBRE A TENTATIVA DE CENSURA NA BIENAL DO RJ

Recentemente, na edição do Caderno DOC que circula no jornal Zero Hora, Escritor, jornalista e doutorando em Letras (UFRGS) Vitor Necchi escreveu um artigo sobre a tentativa de censura na Bienal do Livro do Rio de Janeiro. No texto, ele trata do cerceamento à cultura, de homofobia e ódio. Trata também da ação sistemática do governo federal em atacar e destruir muitas das conquistas que se obteve no frágil processo de redemocratização. Antes, apresenta uma reminiscência a partir de sua experiência em duas instituições de ensino.

Na edição impressa, o texto tem duas páginas. O link para a versão online completa, pode ser acessado AQUI. Abaixo, alguns trechos destacados pelo autor.

“O receio de se expor em algum momento já fez ou fará parte da vida de pessoas cuja existência destoe de protocolos e identidades aceitos sob a ordem patriarcal. A comunidade LGBTTI sabe disso. Mulheres sabem disso. Negros sabem disso. Sabemos disso porque somos um país violento e fraturado, cuja história é calcada na agressão.”
(…)

“Não podemos esquecer: a covardia, o racismo e a brutalidade contra os dissidentes da heternormatividade sempre estão à espreita, latentes, prontos para vir à tona.”
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“Se antes citei o medo, agora reformulo minha fala: não teremos medo. Seguiremos beijando quem quisermos em público. Seguiremos existindo, sem abdicar de nosso modo de vida. Seguiremos criando e escrevendo as histórias que quisermos. A força da palavra se impõe e permanece. Os censores se esfacelam na história e acabam lembrados apenas pelo que são: ignorantes, arbitrários, medíocres, nefastos, desprezíveis, torpes.”
(…)

“Presidente, governadores e prefeitos tentam flagelar a cultura. No eco do arbítrio, mais gente se sente autorizada a reproduzir o disparate e a violência contra gays, contra a população trans, contra mulheres, contra negros e contra ambientalistas. Pode ser que consigam alguns estragos, que amealhem apoio, mas jamais domarão o pensamento e a palavra. Pelo contrário, quanto mais obtusos e agressivos forem, mais a cultura se rebela. O pensamento é força indômita que não se verga ao obscurantismo de arremedos de governo.”

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