‘CHAMELEON’ FALA SOBRE NOVA YORK E O ENCONTRO COM TODRICK HALL E SASHA VELOUR

Recentemente, o Alguém Avisa conversou com Chameleon que contou sua trajetória no Brasil. Mas agora em Nova York, a drag conta como é a experiência fora do Brasil. Para Chameleon, mudar de ambiente é mudar a perspectiva de olhar pro mundo. É ampliar a reflexão. Ela conta ter aprendido a se permitir rever conceitos, a abrir ainda mais sua mente e lidar com os choques culturais. O mais difícil de aprender é a se relacionar em uma cultura tão fria. “Genteeeeee! Eles nem dão dois beijinhos. A gente se cumprimenta estendendo a mão, já limitando um espaço, “não ouse se aproximar!”. Mas até isso é interessante de sentir e perceber o afeto de outras maneiras”, conta Chameleon.  

Sobre a cena drag em Nova York, ela nos conta que é enorme. “Tem drag por tuuuuudo. Sério, é impressionante! Muitos bares drags, muitas festas com drags, etc. O que eu acho mais diferente são as performances: por conta da cultura dos tips (aqui o público dá dinheiro durante os números, aliás BÓRA FAZER ISSO BRAZIL) e pela grande quantidade (tem drags que se apresentam 5 vezes por semana e em vários lugares na mesma noite). As performances costumam não ser tão elaboradas, mas realmente se pode ganhar dinheiro com isso, gurrrl!”

Revela também que tem uma GRANDE diferença entre a cena de Manhattan (a parte rica que todxs conhecem) e o Brooklyn. Segundo Chameleon, em Manhattan, é muito mais beauty queen – “interessa mais teu look e close do que a performance em si. Brooklyn já é mais queer, com um potencial mais artístico e fora da caixa”. Ela no entanto, destaca que essa é a sua vivência, depois de pouco mais de 2 meses o que para Chameleon acaba se tornando uma generalização, não uma verdade absoluta.

Sobre a recepção das drags em Nova York, Chameleon revela que é tão difícil quanto no Brasil. Segundo ela, as pessoas são hostis, mas “ainda bem que já vim bem calejada! Eu achei que chegaria aqui e encontraria várias pessoas fazendo um tipo de arte parecido com o meu, mas me surpreendi: a americanização é muito forte e a cultura drag é bem mais quadrada do que eu imaginei. Conheci artista incríveis, sim, mas não tantos quanto eu imaginava. Tem várias mulheres fazendo, mas não tem um terço do reconhecimento que os homens tem, as always. Apesar disso, não posso reclamar: eu tenho tido muita sorte e oportunidades aqui mesmo sendo mulher e tô muito grata por tudo!”. 

Chameleon conta também que resolveu adotar o termo ‘Drag Queer’ pois acredita que sua expressão drag não se resume a um gênero específico. Fala justamente sobre ser camaleão, sobre infinitas possibilidades, sobre a pluralidade! Nada mais justo que se definir como QUEER e “mandar as caixas todas à merda, né não?”, brinca.  

Apesar das dificuldades, Chamaleon fala que Nova York é uma cidade apaixonante. Segundo a artista, ser DIFERENTE é uma qualidade na cidade. Ela conta que o mercado busca pessoas que se destaquem, que sejam autênticas e que essa autenticidade seja excêntrica. E acredita que isso seja uma potencialidade pra todxs que se sentem marginalizados e que não se enquadram em um ramo ou denominação específica. 

A gente descobriu também que Chameleon teve a oportunidade de conhecer vários ídolos neste tempo em Nova York. Segundo ela, “é muito comum estar na mesma festa com celebridades, gente que você admira, e isso dá uma sensação de que tudo tá ao alcance da mão, sabe? De que tudo é possível! Os contatos fluem, é uma loucura. Conheci Todrick Hall, Susanne Bartch, reencontrei Sasha Velour, Sharon Needles, ixi, a lista é enorme!”, comenta.  

Para quem quer tentar uma temporada em Nova York, Chameleon se coloca a disposição para dar as melhores dicas. Segundo ela, tem lugares drags icônicos que não dá pra deixar de ir, até pelo fetiche: “Stonewall, Pieces Bar nas segundas-feiras, CubbyHole que é um bar lésbico… Mas a cena underground é a mais caliente! Bares como “The Box”, que tem vários shows durante a noite e tem um hostess que seleciona quem vai entrar e quem fica de fora, “Paradise Club”, um club novo com shows incríveis e que sempre tem gente famosa, pra quem é tiete, “House of Yes”, pra ver shows drags, circenses e variados, mas também dançar muito. a festa “On Top”, que é uma festa fashion, com muuita gente montada, que rola toda terça-feira num rooftop incrível chamado Le Bain… Enfim! Lugares não faltam. São vários pequenos universos dentro de um grande leque de entretenimento!” 

A gente adorou saber tudo que tem rolado em NY com a Chameleon, se você quer acompanhar mais, fica de olho nas redes sociais da artista, clicando AQUI.

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