MEL FALA SOBRE MEDO E DEPRESSÃO EM VÍDEO COM LINIKER

O medo nasceu das minhas vivências cotidianas. Começou a tomar forma na depressão que tive em 2016, 2017 e que ainda me ronda em 2018. No começo, a depressão e o medo pareciam enormes e avassaladores. Mas agora vejo tudo de outra perspectiva. Muito mais consciente e segura. Hoje, o medo é arte. É manifesto. É enfrentamento e coragem.

Escrevi esse texto pensando nas impossibilidades que ele, “o medo”, me causa. Porque em vez de travar ou me deixar consumir, resolvi esmiuçá-lo. Identificar, dar um nome e exorcizar.

Todo mundo tem seus medos, não é mesmo? E saber exatamente quais são é a única maneira de achar “a cura”.

Que claro, não é mágica. Essa cura é um processo. Uma delicadeza com sua história, com suas cicatrizes… A cura veio mais ou menos como uma canção, um canto pra mim mesma. Um ponto que me foi enviado num dia tenebroso pelo meu amigo, cantor e compositor Renato Pessoa.

Com delicadeza e conhecendo minhas limitações, ele foi direto nos entraves emocionais. Me enviou essa música e me fez olhar por outra perspectiva. Isso me ajudou. Foi fundamental. Virou meu canto de autoestima. E do próprio medo começou a crescer força para enfrentar.

No caminho da cura encontrei amor-próprio e, assim, nasceram os desejos. Desejos de coisas boas, que quero que funcionem como feitiço para os que passaram ou passam pelo que passei. Uma forma de agradecer por meus aprendizados e de compartilhá-los.

Esse desejo foi colocado em palavras por Ryane Leão, escritora do livro Tudo Nela Brilha e Queima, que me ajudou muito nesse processo todo e com muito carinho cedeu o texto para entrar nessa parte de finalização de ciclo.

O medo, a cura e o desejo me atravessam e espero que atravessem quem consumir esta videoarte feita com empenho e entranhas de todos que nela imprimiram sua arte.

Mel é apresentadora do programa Estação Plural, da TV Brasil, cantora (foi integrante da Banda Uó, ainda com o nome Candy Mel) e ativista pelos direitos LGBTQ.

Fonte: Hysteria

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