“Diante desse movimento de retrocesso que estamos vivendo e de saber que mais dois amigos foram agredidos em menos de um mês, pensando em como criar alguma ação efetiva de mudança, talvez não tão grande, mas significativa, surgiu essa ideia. Toda renda arrecadada nas apresentações irá pra essas ONGs que trabalham para transformar essa triste realidade. Este é um momento muito especial no país precisamos nos posicionar e agir, não só reclamar nas redes sociais e se horrorizar com os acontecimentos.” – explica Evelyn. Ela também irá num futuro próximo iniciar oficinas para qualificar atrizes travestis e transexuais para ocupar os teatros brasileiros.
Apenas duas apresentações serão realizadas nos dias 09 e 16 de outubro às 20h na Sala Carlos Carvalho da Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre.
SOBRE O ESPETÁCULO
O espetáculo nasceu em 2002 como projeto de graduação em artes cênicas de Evelyn, alimentado por pesquisas de campo nas ruas e nas casas de travestis e transexuais, com apoio da ONG Igualdade, de Porto Alegre. Quando pouquíssimos falavam da questão de gênero, e menos ainda da violência contra as pessoas trans, Evelyn foi pioneira. Com orientação de Celina Alcântara, “Borboletas de SOL de Asas Magoadas” cresceu e se tornou relevante tanto em termos sociais quanto estéticos.
O aspecto social é tristemente evidente: o Brasil lidera o ranking internacional de assassinatos de travestis e de transexuais, e mais do que nunca a questão das opções de gênero ganha espaço nas discussões, nos tribunais e nos palcos. Lamentemos: o cotidiano de violência pouco mudou nos últimos 16 anos.
Evelyn recebeu o Troféu Açorianos de atriz revelação em 2002 e foi indicada em São Paulo ao Prêmio Qualidade Brasil 2006, como melhor atriz de comédia, concorrendo com Zezé Polessa e Arlete Salles, além de participar de vários festivais e rodar o país.
A estrutura dramática de “Borboletas de SOL de Asas Magoadas” é simples. O público é recebido na casa de Betty, e ela diverte seus convivas com histórias e macetes do mundo trans. Com impressionante capacidade de improvisação, Betty ganha o público na empatia, no humor, no improviso para depois nos mostrar a realidade de forma crua e poética.
Na apresentação do dia 09 de outubro, toda renda da bilheteria será revertida à ONG Igualdade- Associação de Travestis e Transexuais do RS e acontecerá um bate papo após a apresentação com a coordenadora da entidade Marcelly Malta. Já no dias 16 de outubro a renda será revertida ao grupo SOMOS – Comunicação, Saúde e Sexualidade e o bate papo pós-espetáculo será com o artista visual Sandro Ka e o psicólogo e ativista da causa trans Vincent Goulart.
SOBRE A ARTISTA
Evelyn Ligocki é atriz e performer, diretora, dramaturga, locutora, dubladora de games, professora de teatro e produtora cultural. Bacharel em Artes Cênicas pela UFRGS e com formação em diversos cursos e workshops com inúmeros profissionais de teatro,dança e cinema, com destaque para Yoshi Oida, Jussara Miller, Perla Jaritonsky e Carlos Simioni.
Fez parte de diverso grupos, entre eles “Bumba meu Bobo” (diretor Jessé Oliveira – POA/RS), Cia. Espaço em Branco (Diretor João de Ricardo – Poa/RS), Núcleo Fuga! , vinculado ao Grupo Lume Teatro (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais da Unicamp- Campinas/SP) e Cia. Satyros (SP).
No cinema e TV trabalhou com diversos diretores, entre eles Jorge Furtado, Eduardo Wannmacher, Lisiane Cohen, Frederico Pinto e Pena Cabreira
Durante toda sua trajetória sempre transitou pela dança e artes corporais, foram anos de ballet e dança contemporânea, além da pesquisa vocal que iniciou ainda na época da graduação.
SERVIÇO: Borboletas de SOL de Asas Magoadas
Apresentações nos dias 9 e 16 de outubro, 20h, seguidas de bate papo com ONGs locais.
Local: Sala Carlos Carvalho – Casa de Cultura Mário Quintana
Ingressos promocionais: R$ 20,00 e 40% serão destinados à meia entrada para estudantes (mediante apresentação de carteirinha), deficientes e jovens de baixa renda. O valor total será DOADO INTEGRALMENTE à Igualdade e Somos.
Duração: 55 minutos
Gênero: Comédia Dramática
Faixa etária: a partir de 16 anos