MÉDICO CONHECIDO COMO DR. MARAVILHA FALA SOBRE A REPRESENTATIVIDADE E SER ABERTAMENTE GAY

O médico infectologista Vinícius Borges, mais conhecido nas redes sociais como Dr. Maravilha, e que tem um canal onde fala sobre prevenção de IST e sobre o estigma do HIV e que já esteve no Hornet falando sobre PrEP, publicou em suas redes sociais um depoimento sobre representatividade e sobre ser abertamente gay para seus pacientes. Confira: 

Vamos falar sobre representatividade?

Ser um médico abertamente gay que foca seu trabalho na população LGBT+ é uma tentativa de ocupar espaços até hoje negados para nós, inclusive na própria assistência à saúde e, de também tentar abrir caminhos para outros grupos, sejam LGBT’s ou não, que não possuem alguns dos privilégios que eu como homem, branco e cis possuo. Se para mim é difícil, pra muita gente é ainda pior.

1 – “Ah, mas pra que falar??”

Por que não falar, criatura? Minha sexualidade é bonita e digna como qualquer outra. Lido com ela naturalmente e mereço respeito. Não vou desconversar quando perguntarem o nome da “minha namorada” numa reunião no trabalho. Que por sinal se chama Britney.

2 – “Não precisa defender LGBT no hospital. Não existe mais tanto preconceito assim…”

Piadinhas de corredor, não respeito ao nome social da população transgênero, LGBTfobia escancarada, trotes violentos em faculdades, assédio moral, epidemias concentradas (Hello, AIDS!), políticas higienistas, “cura gay”… É, realmente estamos seguros na área da saúde.

Quando um médico, feliz e realizado na profissão, lida com sua identidade e orientação sexual de maneira saudável e espontânea, como afinal deve ser, ele passa uma mensagem de “Ei, menininho de 10 anos de uma cidade de 5 mil habitantes no sul de Minas Gerais, que sofre bullying na escola, você vai conseguir superar! Não desanime. Você vai vencer! E um dia vai poder ajudar outrxs oprimidxs também! Fique firme”.

Algumas portas se fecham, alguns sorrisos se tornam amarelos, muitas críticas vêm à tona. Mas não me importo, para que meninxs e jovens como eu fui um dia, patinhos feios, underdogs ou simplesmente diferentes, de vários cantos deste país, possam ver em mim um modelo de esperança que nem eu mesmo tive no passado.

Portanto, digo: sou médico e sou gay sim! E com orgulho. Porque representatividade importa muito e traz esperança para quem talvez esteja nos seus últimos lapsos de fé.

Fonte: Hornet

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