FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE VÔLEI CONFIRMA INCLUSÃO DE TRANSGÊNEROS NO VÔLEI

A participação de transgêneros no esporte tem sido tema constante em rodas de conversas. No Brasil, a participação de Tifanny Abreu na Superliga de Vôlei tem dividido opiniões de jogadoras e especialistas. Nesta quarta-feira, em Lausanne, a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) reuniu a sua comissão médica e ratificou a inclusão, mantendo as condições estabelecidas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), em novembro de 2015. No entanto, a entidade se comprometeu a estudar melhor a questão antes de introduzir um sistema próprio de elegibilidade para competições na quadra e na praia.

Atualmente, segundo as regras do COI, homens trans podem participar de competições masculinas sem restrições. Mulheres trans precisam preencher quatro condições para disputar competições femininas: declarar ser do gênero feminino (reconhecimento civil que não pode mudar por no mínimo quatro anos para efeitos esportivos); ter nível de testosterona menos que 10 nanomol/l nos 12 meses anteriores à estreia; manter o nível de testosterona menor que 10 nanomol/l durante o período elegível para competir; ser submetidas a testes frequentes para monitorar o nível testosterona. Tifanny costuma apresentar 0,2 nanomol/l de testosterona em seus exames, cumprindo os requisitos do COI.

A inclusão de transgêneros no esporte ainda será pauta no COI depois dos Jogos Olímpicos de Inverno, em fevereiro. A entidade máxima do Movimento Olímpico, porém, já afirmou que cada federação esportiva pode colocar suas próprias condições de elegibilidade. Em nota à imprensa, a FIVB contou que o seu objetivo é estabelecer parâmetros próprios para a participação de mulheres trans que respeitem a escolha individual de uma pessoa, ao mesmo tempo em que assegure condições equitativas no campo.

– A Comissão Médica da FIVB está empenhada em estudar esta questão, a fim de garantir que qualquer decisão médica tomada seja baseada nos dados e conhecimentos mais recentes nesta área, de modo a garantir um sistema justo e equitativo de competição para todos os atletas – disse a presidente da comissão médica, Annie Peytavin.

 CBV espera notificação

Para competições nacionais de clubes, como a Superliga, a FIVB reforçou que a participação dos atletas transgêneros é exclusivamente da responsabilidade das respectivas federações nacionais, que podem colocar regras próprias de elegibilidade. A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) afirmou que só vai se posicionar depois de receber o comunicado oficial da FIVB sobre a reunião médica desta quarta. Atualmente, a CBV segue as regras de elegibilidade da FIVB, que por sua vez segue os requisitos definidos pelo COI em novembro de 2015. Tifanny joga pelo Bauru desde dezembro. Após cinco partidas disputadas, ela já ocupa o primeiro lugar em média de pontos por set da competição: 5,00. Tandara, oposto titular da seleção brasileira, aparece na sequência com 4,91.

– Esta é uma questão complexa, também sendo debatida por outras federações internacionais. É importante considerar muitos ângulos ao tomar uma decisão tão crítica, dado o impacto duradouro nos atletas. Precisamos estar atentos à igualdade dentro das categorias de gênero e precisamos fazer isso com a ajuda de especialistas médicos, éticos e legais entre outros – explicou o secretário-geral da FIVB, Luiz Fernando Lima.

FONTE: Globo Esporte

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