A Workroom além de ser um espaço amigável para o público LGBTQIA, também se tornou um dos espaços onde as artistas drags podem apresentar o seu trabalho. A Workroom (que prefere ser tratada no feminino mesmo) tem decoração inspirada nos cenários do reality show estadunidense RuPaul’s Drag Race) Assim como o programa que tem inspirado centenas de jovens a colocar para fora seu alter ego drag, provocando uma verdadeira eclosão de artistas essenciais da cena cultural LGBT da cidade, a Workroom procura incentivar cada vez mais que as drags tenham um espaço para apresentar a sua arte. Em parceria com a Workroom, o Alguém Avisa irá todas as semanas mostrar um pouco mais do trabalho realizado pelas Queens que se apresentam a cada sábado na Saturday Night Divas. Hoje você conhece um pouco do trabalho de Tiffany O’hara que se apresenta neste sábado (23), a partir das 21h.
Tifanny O’hara surgiu durante a participação no workshop “Pimp My Drag” da artista Cassandra Calabouço. Inicialmente era um projeto para quem já fazia drag aprimorar ou dar uma repaginada na sua drag, no fim criou-se também um espaço para quem não tinha personagem ainda. A turma de Tiffany era composta pelas drags maravilhosas Dih Mambacc agora Dih Larica, Belle Z Boo e Cândida Dias. As aulas eram conduzidas por Cassandra e ao final as drags se apresentavam em um baile de perucas na casa de teatro Tony Petzhold. “A experiência foi incrível e o carinho e o contato com pessoas fez com que eu me apaixonasse ainda mais por esta arte tão linda que é mundo drag”, comenta.
Como não tinha nenhum personagem definido, O’hara se inspirava em mulheres fortes como sua avó, mãe e é claro nas divas internacionais Beyonce e Lady Gaga. No início, a artista queria criar uma imagem de Miss, feminina, impactante, mas ao longo do processo percebeu que seu talento era fazer ‘a caricata’, a palhaça mesmo, mas na sua cabeça continua sentindo-se “uma Miss ou modelo saída da Vogue”, brinca. Tiffany sempre gostou de teatro e da possibilidade de se transformar em outra persona, com desejos, vontades, características as vezes reprimidas ou não exploradas.
Foi em uma das edições da Xtravaganza drag Party que viu pela primeira vez uma drag da cena internacional. Mas sua atenção, paixão e brilho no olho acabou sendo focada nas drags locais. “As primeiras que vi e de tão nervoso não pedi nem foto foram Isis King e Sarah Vika. A imagem delas ali tão lindas e seguras de si me fez querer entender mais e foi amor a primeira vista, pensei comigo um dia irei subir em um palco e também serei aplaudida por todos. E quem não quer se transformar completamente em outra figura seja feminina ou masculina e se sentir a pessoa mais linda do mundo? A sensação é surreal parece até que sou famosa ou algo do tipo. Na sequência conheci as maravilhas Cassandra Calabouço, Charlene Voluntaire, Castanha, Suzzy B. A lista só aumentou assim como minha admiração”.
Sobre as dificuldades enfrentadas, a drag conta que tirar sua ‘Patty Nails’ sem estragar é a maior dificuldade hoje em dia, “a cola bonder não é de Deus”, diverte-se. A família da drag aceita o seu trabalho, mas ainda não compareceram em uma de suas apresentações. Já os amigos são uma luz em sua vida e é por eles que a drag continua. Antes da nossa ‘rapidinha’, pedimos para ela completar a frase “Alguém Avisa que…”, ao que ela finalizou dizendo: “Alguém avisa que…Ainda estou solteira, cadê os boy gente?”
RAPIDINHA: (tenho interesse, to sempre disponível)
UM LUGAR: sendo na Europa qualquer um
UM OBJEETO: cartão crédito ilimitado
UMA PALAVRA BONITA: cachê alto
UMA PALAVRA FEIA: recalque
UM VÍCIO: divar
UM SONHO: viver de arte
PRAZER: Vitz, Vika.
UM SONHO: um de cada (chocolate, doce de leite e creme)
RAIVA: fazer dieta Felicidade: tirar sapato, unha, peruca
TRISTEZA: quando figurino não entra
MEDO: das Vikkings
DRAG: arte, amor, expressão.
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