A Workroom, além de um espaço amigável para o público LGBTQIA, a casa também se tornou um dos espaços onde as artistas drags podem apresentar o seu trabalho. A Workroom (que prefere ser tratada no feminino mesmo) tem decoração inspirada nos cenários do reality show estadunidense RuPaul’s Drag Race) Assim como o programa que tem inspirado centenas de jovens a colocar para fora seu alter ego drag, provocando uma verdadeira eclosão de artistas essenciais da cena cultural LGBT da cidade, a Workroom procura incentivar cada vez mais que as drags tenham um espaço para apresentar a sua arte. Em parceria com a Workroom, o Alguém Avisa irá todas as semanas mostrar um pouco mais do trabalho realizado pelas Queens que se apresentam a cada sábado na Saturday Night Divas. Hoje você conhece um pouco do trabalho de Sasha LaCrey que se apresenta neste sábado (02), a partir das 21h.
Sasha LaCrey vem de Sasha fierce. Na verdade seu nome inicial era Laquay, mas com problemas de denúncia do Facebook a drag passou a se chamar ‘Lacrey’ que era uma brincadeira interna entre amigos. Grande parte de suas influências são artistas negros, de vários gêneros e campos da cultura pop, como Beyoncé e Rihanna, mas também algumas pessoas que fazem parte do rolê da Sasha. “Artistas mais periféricos”, menciona Sasha. A jovem drag começou a performar muito por conta da animação de várias outras amigas que também se ‘montavam’, mas seu real desejo sempre foi ser a Beyoncé. “Deu certo? Não! Mas deu para ser Sasha, brinca a drag”. Caso alguém não saiba Sasha é o alter ego da cantora Beyoncé.
Sobre as dificuldades, a artista revela que debater questões raciais ao fazer drag não é fical, mas que procura sempre dar o seu melhor criando situações de respeito e leveza. Apesar de no início sua família relutar, hoje ela tem apoio total de amigos e familiares. Antes de encerrar, Sasha comenta que ainda “é preciso mudar essa ideia de padrão estético feminino eurocentrado que tem surgido sobre as drags, abrir os olhos pra ver e curtir artistas diferentes, e principalmente abrir os ouvidos para aquilo que os outros tenham a dizer”.
Antes da nossa ‘rapidinha’, pedimos para ela completar a frase “Alguém Avisa que…”, ao que ela finalizou dizendo: “Alguém avisa que eu não sou a primeira e também não serei a última, mas o meu lacre ninguém tomba, e da preta aqui vocês ainda vão ouvir falar muito”.
RAPIDINHA:
UMA PESSOA: Beyoncé
UM LUGAR: O Palco
UM OBJETO: Chave Phillips
UMA PALAVRA BONITA: Tiramisù
UMA PALAVRA FEIA: Racismo
UM VICIO: Tirar a Cutícula
UM SONHO: Uma Peruca de Lace Própria
PREGUIÇA: Eu sou de touro, o que tem aqui é preguiça, mas tenho mesmo de quem mete o bedelho na minha drag
PRAZER: Terminar de fazer alguma produção de baixo custo que estava planejada há tempos
RAIVA: De quem coloca a mão na minha peruca
FELICIDADE: Tirar os cílios, soltar o tuck e comer xis
TRISTEZA: Conviver com o racismo e ter de militar até mesmo no mundo drag
MEDO: Esquecer de levar algo para o show, principalmente peruca
DRAG: Ravenna Creole
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