AUTORA DO LIVRO ‘FUGA DA LULA’ FALA SOBRE NOVO ROMANCE LÉSBICO

Michele Cassol, nascida em 1980, no interior do Rio Grande do Sul, é brasileira e vive em Londres há mais de dez anos, formou-se em medicina pela UFSM, foi DJ durante os tempos de estudante, viveu na Itália antes de mudar-se definitivamente para a Inglaterra. Em 2016 lançou seu livro de estreia “Fuga da Lula: um grande romance lésbico em um pequeno mundo hétero”, que está sendo lançado no Brasil pela Oliveira Books.

Conversamos com a autora que retorna a Porto Alegre para o lançamento do seu livro. Começamos nossa entrevista falando sobre representatividade. Michele revela que o preconceito ainda é, infelizmente, muito presente em nossa sociedade. Um dos maiores fatores que a levou a sair do Brasil e morar na Inglaterra foi tentar fugir dos valores arcaicos, especialmente no interior do Rio Grande do Sul. Escrever um livro que endereça tão abertamente a sexualidade feminina foi um grito de liberdade, e autora quer muito que as pessoas se identifiquem e tirem inspiração de a “Fuga da Lula”.

Michele revela que um dos motivos de escrever o livro foi a necessidade de trazer para o público uma história capaz de desmistificar a diversidade ímpar da sexualidade humana, tratando ela de forma aberta. Para ela, “essa é a única maneira de lutar contra o preconceito, especialmente o preconceito que temos quanto a nós mesmos”. Para jovens LGBT’s é importante verem personagens similares a eles representados na mídia em geral, o impacto é formidável, e “pode assegurar um desenvolvimento saudável de suas personalidades, sem culpas e cobranças que mais tarde podem levar a depressão e ansiedade. “Fuga da Lula” é justamente para isso, desmitificar a sexualidade feminina”, comenta.

Sobre o fato de a história se passar em vários países, Michele revela “Fuga da Lula realmente faz a volta ao mundo, mas o tema universal do amor e sexo transcende qualquer localização. Eu, particularmente, acho que a descrição de lugares super interessantes como Sydney, Bologna, Sul da Franca, torna a história ainda mais requintada. Um fato curioso (e proposital) é a inclusão de diversos hotéis, o que a princípio pode parecer irrelevante, tem um ponto importante em conexão com o subconsciente das personagens. Nossa mente pode ser dividida em vários quartos, e existe um deles em que tudo é permitido, o nosso quarto especial do hotel da alma, que podemos fazer o que quisermos, e é pra lá que algumas das personagens se permitem viver paixões ardentes. No casa das meninas da história que já são bem resolvidas, esse quarto é na própria casa delas. Agora é ler e prestar atenção aonde a história nos leva.”

Sobre seu momento favorito, a autora admite que é difícil escolher entre tantos filhos, mas que um dos seus momentos favoritos é a narrativa da primeira vez que Jackie fica com outra mulher. “O momento crucial do seu batismo lésbico tem uma descrição incrível do órgão sexual feminino, que todo mundo deveria ler e apreciar, afirma”.

Aproveitando que a autora estava falando sobre as personagens, pedimos a ela que contasse um pouco delas. No livro, o time de heroínas começa com Pippa, a australiana, estudante de biologia marinha, que sai fugida de Sydney para viver uma louca história de amor com Jackie, a fisioterapeuta francesa. O amor delas desencadeia uma sucessão de eventos nas vidas de todas as outras personagens do livro, “mas se eu contar antes, vai perder a graça”, finaliza!

O livro foi lançado na última sexta-feira, dia 25 de agosto, e já pode ser encontrado nas livrarias.

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