REBECA REBU: “SOU VICIADA EM PAÇOCA E TENHO MEDO DE FICAR VELHA”

Workroom, além de um espaço amigável para o público LGBTQIA, a casa também se tornou um dos espaços onde as artistas drags podem apresentar o seu trabalho. A Workroom (que prefere ser tratada no feminino mesmo) tem decoração inspirada nos cenários do reality show estadunidense RuPaul’s Drag Race) Assim como o programa que tem inspirado centenas de jovens a colocar para fora seu alter ego drag, provocando uma verdadeira eclosão de artistas essenciais da cena cultural LGBT da cidade, a Workroom procura incentivar cada vez mais que as drags tenham um espaço para apresentar a sua arte. Em parceria com a Workroom, o Alguém Avisa irá todas as semanas mostrar um pouco mais do trabalho realizado pelas Queens que se apresentam a cada sábado na Saturday Night Divas. Hoje você conhece um pouco do trabalho de Rebeca Rebu que se apresenta neste sábado (26), a partir das 21h.

O nome Rebeca Rebu surgiu de um trabalho da faculdade há dois anos atrás. A drag não tinha nenhuma grande ambição com a personagem, mas segundo a diva, começaram a chamar ela para performar na noite e ela foi aceitando. “Quando vi o desastre já tava feito”, brinca. Sobre suas influências artísticas, Rebeca revela que suas maiores inspirações são “as manas, que convivem comigo e me ensinam toda vez que estamos juntas. Aprendo e me desenvolvo muito mais com minhas amigas do que qualquer outra coisa. Porém sendo uma drag “geração RuPaul”, minhas maiores influências são Trixie Mattel, Milk e Sasha Velour. Nacionalmente amo o trabalho da Ikaro, e da mama Cassandra”.

Quando falamos sobre as motivações da artista, ela contou que começou a fazer “porque tinha vontade mesmo, queria ver meu lado feminino exposto depois de tanto reprimir. Profissionalizar o hobby foi um caminho natural, porque já fazia teatro e dança antes, então minha profissão sempre foi ser artista, a arte drag só englobou tudo numa coisa só e me abriu portas”, comenta. Dificuldades sempre existem, e Rebeca confessa que na sua trajetória, a dificuldade financeira e a insegurança de não ser aparada, por exemplo, por um sindicato como são os músicos, certamente são as questões que mais lhe incomodam: “ser o próprio empresário e lidar com pessoas que as vezes não tem respeito conosco ou até não nos pagam, é complicado”. Apesar das dificuldades, em sua família e círculo de amigos a drag nunca encontrou nenhuma resistência, muito pelo contrário, todos sempre a apoiaram muito. Contudo, Rebeca admite “tenho noção de estar numa posição privilegiada, porque não é o que eu vejo no dia a dia da maioria das drags”. É por isso, que a artista acredita que é preciso que as drags sejam cada vez mais organizadas. “Precisamos estudar sempre, estarmos conscientes do nosso trabalho e do seu impacto sobre a sociedade. Só ganhamos a luta e mudamos as coisas se ativermos as ‘armas’ certas e a ARTE certamente é uma ‘arma’ super poderosa”, finaliza.

Antes da nossa ‘rapidinha’, pedimos para ela completar a frase “Alguém Avisa que…”, ao que ela finalizou dizendo: “Alguém avisa que vai dar REBU querida!”

RAPIDINHA:

UMA PESSOA: Eu
UM LUGAR: Camarim
UM OBJETO: Espelho
UMA PALAVRA BONITA: Pizza
UMA PALAVRA FEIA: Boleto
UM VICIO: Paçoca
UM SONHO: Fazer um show de bate cabelo
PREGUIÇA: de tudo
PRAZER: Tirar os cílios
RAIVA: de quaquá sem noção que só dá close errado
FELICIDADE: Estar em cena
TRISTEZA: primeiro dia útil
MEDO: Ficar velha
DRAG: É babado

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