VITZ VIKA REVELA QUE TEM PREGUIÇA DE ‘HOMOFOBIA, MACHISMO E MISOGINIA’

Workroom, além de um espaço amigável para o público LGBTQIA, a casa também se tornou um dos espaços onde as artistas drags podem apresentar o seu trabalho. A Workroom (que prefere ser tratada no feminino mesmo) tem decoração inspirada nos cenários do reality show estadunidense RuPaul’s Drag Race) Assim como o programa que tem inspirado centenas de jovens a colocar para fora seu alter ego drag, provocando uma verdadeira eclosão de artistas essenciais da cena cultural LGBT da cidade, a Workroom procura incentivar cada vez mais que as drags tenham um espaço para apresentar a sua arte. Em parceria com a Workroom, o Alguém Avisa irá todas as semanas mostrar um pouco mais do trabalho realizado pelas Queens que se apresentam a cada sábado na Saturday Night Divas. Hoje você conhece um pouco do trabalho de Vitz Vika que se apresenta neste sábado (26), a partir das 21h.

Vitz Vika nasceu depois de mais de um ano acompanhando duas drag queens locais (Sarah Vika, de onde veio seu sobrenome, e Isis James). Para a artista, é impossível não se apaixonar por essa arte quando você passa a conhecer ela mais de perto. Por isso, Vitz decidiu que depois de ter conhecido os bastidores que queria fazer parte desse mundo também. Sobre as influências da jovem drag, ela diz: “todas as mulheres da minha vida me influenciaram de alguma forma na criação dessa persona. Conteúdo tenho uma grande inspiração, tanto estética quanto ideológica que é a Lady Gaga. Foram as músicas dela que me ajudaram a entender e aceitar quem eu sou. Admiro ela como artista e ser humano, pela mensagem de amor, respeito e aceitação que ela prega. E é isso que eu tento, dadas as proporções, propagar para todos que consigo alcançar. O amor é uma arma poderosa que precisamos usar cada dia mais.”

Perguntamos para Vitz o que a motivou à trabalhar com a arte Drag, ao que ela dividiu que depois de algum tempo trabalhando com publicidade ela não se sentia plenamente realizada, tanto na área criativa como artística. Antes era tudo sempre muito engessado e pré determinado. A artista comenta que “parecia que minha capacidade de criar estava sendo atrofiada”. O que no início era uma válvula de escape hoje é a exaltação de tudo que a a artista ama. Através dela é possível extravazar o seu lado feminino e criativo, sem uma necessidade de se enquadrar.

Sobre as dificuldades, nossa entrevistada revela que muitas pessoas usam o reality show RuPauls Drag Race como parâmetro para julgarem as Drag Queens, porém, para Vitz, esse universo não se resume ao programa e aos padrões estabelecidos por ele. Além disso, segundo artista “no Brasil é bem caro fazer drag, já saímos de casa gastando bastante e nem sempre o que recebemos cobre 100% dos gastos que temos. Sinto que o retorno financeiro equilibrado seja a maior dificuldade, além da escassez de lugares em Porto Alegre que contratem drag queens”. Retomando sua fala, ela finaliza este tópico dizendo: “Eu adoro e sou fã do programa, porém não acho que ele seja parâmetro para julgar as drag queens. O que funciona na televisão não funciona, necessariamente na vida real e as pessoas as vezes não entendem isso.

Sobre o apoio de amigos e familiares, Vitz revela que teve muita sorte tanto com a família quanto com os amigos. Sua mãe é sua maior fã e o apoio e incentivo dela são fundamentais para Vika. Ser drag trouxe para a artista muitos amigos e hoje, mais do que nunca, ela descobriu que tem pessoas incríveis ao seu lado e afirma que “com certeza todo esse apoio e amor que recebo me fazem querer seguir em frente”. Sobre mudanças na cena LGBTQ+ e drag, Vitz acredita que neste momento o mais importante é “a união e o entendimento de que: unidos somos infinitamente mais fortes. Mais do que nunca precisamos estar fortes para as mudanças da sociedade e sermos capazes de enfrentar o conservadorismo e o preconceito.”

Antes da nossa ‘rapidinha’, pedimos para ela completar a frase “Alguém Avisa que…”, ao que ela finalizou dizendo: “Alguém Avisa que respeito não dói, mas que a falta dele mata.”

RAPIDINHA:

UMA PESSOA: Minha mãe
UM LUGAR: São Paulo
UM OBJETO: Sapato de Salto alto
UMA PALAVRA BONITA: Sorriso
UMA PALAVRA FEIA: Preconceito
UM VICIO: Coca-Cola
UM SONHO: Viver de arte
PREGUIÇA: De homofobia, machismo e misoginia
PRAZER: Dormir
RAIVA: de injustiça
FELICIDADE: cultivar
TRISTEZA: refletir
MEDO: de não me permitir
DRAG: força e resistência

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