VIKKINGS: GRUPO DE DRAG QUEENS LANÇA NOVO PROJETO EM PORTO ALEGRE

Na última semana, após o lançamento do videoclipe de ‘Sua Cara’, a cantora Pabllo Vittar mostrou ao mundo duas coisas: A primeira é que a arte de ser drag queen vai conquistar cada vez mais espaços  e a segunda é que ainda temos um longo caminho a percorrer.

Sem medo de desbravar um novo caminho, as Vikkings, grupo de drag queens de Porto Alegre , uniu-se para levar esse tipo de performance a mais lugares e quebrar tabus com muita diversão e arte. Tudo começou quando Eva Weinfeld King, Gabi Santorini, Isis James-Preston e Sarah Vika foram convocadas pelo publicitário Miltinho Talaveira a divulgarem a feijoada beneficente das Voluntárias pela Vida, na Casa NTX, ocorrida em maio. Além dos vídeos promocionais, as agora Vikkings compareceram ao evento levando graça e beleza para todos que estavam contribuindo com a causa.

O lançamento oficial das Vikkings acontece neste dia 02 de agosto de 2017 e o dream team estará recebendo imprensa e convidados especiais para conhecerem seus trabalhos em uma primeira noite fechada ao público. As drag queens farão performances individuais e coletivas, dando uma palhinha das suas produções. E o local não poderia ser mais apropriado: a Workroom, bar com temática drag inspirado no reality show Rupaul’s Drag Race. As Vikkings contam com a produtora de moda Madeleine Müller como stylist-madrinha. A ex-modelo garante looks que certamente vão dar o que falar.  Mas antes do lançamento oficial, o Alguém Avisa conseguiu uma exclusiva com este time para falar um pouco sobre o projeto.

Eva Weinfeld surgiu em 2013 e teve sua primeira aparição pública num vídeo de divulgação da festa Push Pop Drag Christmas, onde aparece junto com outras drags responsáveis pela ascensão de Eva.  Em 2015 encontra Gabi Santorini e criam a dupla #GABEVA para se aventurarem nos palcos da Festa Biba. Quem dá vida a Eva é Júnior Castoldi de apenas 29 anos, que além do trabalho nas Vikkings  é diretor de criação em um escritório de arquitetura. Eva comenta que o preconceito poderia ter se tornado um limitador, mas a escolha de criar as Vikkings foi justamente bater de frente e levar a arte Drag para novos espaços. Para Eva, “o pré-conceito vem da falta de informação e conhecimento, e por isso mostrar que (r)existimos e que somos uma forma de arte – não só no meio LGBT – fará com que o estranhamento/distanciamento diminua e vá se diluindo com pequenas ações. A empatia no meio Drag é extremamente necessária. Em Porto Alegre, somos um grupo pequeno que temos o mesmo objetivo: Levantar a bandeira da arte Drag (dentre várias outras bandeiras). Entender que juntas somos mais forte e temos maior alcance é algo que só vai nos fortalecer.

Gabi Santorini é uma party-girl. Ligada nas tendências tem como referência as irmãs Kardashian-Jenner. Tem um ar de timidez, mas chama atenção por ser misteriosa. A pessoa por trás da persona é Gilberto Musse Ayub Filho, dentista de apenas 31 anos. Giba (como gosta de ser chamado) entende que Gabi Santorini sempre existiu dentro dele. Gabi e Giba se confundem em muitos momentos, um faz parte do outro. Se não for leve e divertido, não faz sentido. Quando perguntamos sobre a ‘sororidade’ no mundo Drag, Gabi é categórica ao afirmar que é um passo fundamental para que as artistas possam se fortalecer como classe não só dentro do nicho LGBTQIA+, mas também fora dele. Santorini comenta que o preconceito precisa ser combatido no prórprio meio LGBT, segundo ela os próprios gays ainda são muito preconceituosos.  Para Gabi, “nesse novo momento que vivemos onde as drags estão saindo do gueto e indo para o mainstream, devemos ver a vitória de uma, como a vitória de todas”. Antes de se despedir, a artista finaliza dizendo que “REPRESENTATIVIDADE deveria ser a palavra norteadora para o movimento neste momento. O que o Pabllo Vittar e outras várias drags estão fazendo é de extrema importância, pois leva informação sobre o assunto, e é só através do diálogo e entendimento que as coisas podem começar a mudar,  permitindo que o estranhamento e até a repulsa dêem lugar ao interesse, empatia e até mesmo a admiração”.

Isis James-Preston é um complemento de Pedro Henrique e vice e versa, o Administrador de Empresas de de 32 anos começou a desenvolver o trabalho como drag queen ao lado da amiga e parceira de Sarah Vika. Já apresentou eventos de moda e painéis sobre diversidade. Isis busca sua inspiração em mulheres influentes que fazem do seu corpo e comportamento uma linguagem de expressão e uma filosofia de vida, como Olivia Palermo e Thassia Naves. O palco é sua zona de conforto. Para Isis, a palavra chave é inclusão: “compreender que as nuances do ser humano só reforçam o que somos e, de certo modo, ampliam a nossa capacidade de convivermos em sociedade de forma respeitosa e civilizada. Evocar a ética aristotélica do “conhece a ti mesmo” coloca cada um em um estado de profunda reflexão e estimula o segundo passo: faz-te conhecer com responsabilidade”. E para ela este é um dos motivos desta união, “Eva, Gabi, Isis e Sarah são um coletivo que se conhece, se compreende e leva exatamente esse conceito. Carregamos o profissionalismo como blindagem e o sorriso estampado como forma de mostrar que a arte transcende, encoraja e diverte – ao mesmo tempo que – instrui, inclui, oferece historicidade e abre espaços para que o novo possa ser apreciado do jeitinho que ele merece.” Ao perguntarmos como ela espera lidar com o preconceito Isis encerra dizendo: “Como se desconstrói uma hostilidade, independente do círculo ou vetor de origem? Com amor, solidariedade e respeito. A visibilidade de uma, é a conquista de todas.”

Sarah Vika é a expressão de algumas coisas que foram reprimidas na infância e adolescência do jovem Rafael Mello de apenas 24 anos. Através da maquiagem, cabelo, transformação, música, dança e atuação o publicitário pode finalmente transitar e brincar entre os mundos masculino e feminino. Sarah Vika tem um canal no Youtube e gosta de coreografar e trazer elementos inusitados para suas performances. Sobre este novo momento, Sarah conta que desde que começaram o trabalho como drag o intuito foi sempre se divertir, mas “com o tempo, entendemos o quão transgressor e necessário era a desconstrução do gênero e a construção do conhecimento geral sobre as nuances que esse ambiente toma. Trazer para as pessoas novos pontos de vista, o entendimento sobre o que é identidade de gênero, performance de gênero e orientação sexual e tantos outros conceitos que as pessoas não entendem, é o que se tornou essencial nessa caminhada de fazer Drag” comenta Sarah. Segundo a artista, já foram muitas as situações adversas onde tiveram de contar com o bom senso e a educação para poderem se “desarmar” de contextos complicados. “É claro que é necessária uma união entre pessoas que estão em um mesmo contexto, para que a situação dos inseridos possa ser notada e por vezes melhorada. Quando estamos montados, não deixamos de ser quem somos, estamos apenas vestindo uma outra persona para lutar muitas vezes por algo que é relevante à ambos “indivíduos”. A resistência é necessária e com passos pequenos e a ideia de levar nosso trabalho cada vez mais a ambientes que as pessoas não são habituadas é a chave que acreditamos que vai nos levar mais longe na conquista desses espaços e de respeito”, finaliza.

Quem quiser contratar este time maravilhoso pode entrar em contato através da assessoria pelo e-mail contato@ls8consultoria.com.br ou pelos telefones (51) 30615175 / (51) 995428892.

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